"No mundo, há riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para alimentar a ganância de cada um". Gandhi

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Ouro Azul"



A escassez da água doce/potável é um problema que afecta toda a população mundial, onde muitos Estados já se deparam com esta realidade. Segundo o relatório do Fundo de População das Nações Unidas, estima-se que durante este ano seremos 7 mil milhões de pessoas, e que em 2050 chegaremos aos 10 mil milhões. Conjugando estes dois factores, poderemos no futuro fazer face a uma "guerra" mundial pela água.

Actualmente cerca de 1,6 mil milhões de pessoas vivem com falta de água, onde 5 milhões de pessoas (principalmente crianças) morrem todos os anos devido a doenças derivadas do consumo de água não potável e devido ao consumo insuficiente. Estima-se que em 2025, cerca de 2,3 mil milhões de pessoas viverão com falta de água. Estamos perante o maior problema do século XXI, pois ninguém consegue sobreviver sem água!

A História ensina-nos que o Homem sempre tentou controlar os recursos para seu proveito através da guerra. Desde o ouro, diamantes, especiarias, petróleo, etc., sempre houve uma necessidade de dominar o outro. Nestas últimas décadas têm sido frequentes as guerras pelo domínio do petróleo sob o escudo da ingerência humanitária e democracia. Pelo o que tenho lido e aprendido, isto leva-me a concluir que iremos voltar às guerras "medievais", onde não haviam escrúpulos para matar seja quem fosse, iremos sofrer portanto de um retrocesso.

Em 2001, na Cimeira da Água, acordou-se que "a água doce não será privatizada, comercializada, ou explorada para propósito comerciais e deve ser imediatamente isenta de todo acordo bilateral e internacional e de acordos de investimentos existentes e futuros". No entanto, este acordo tem sido posto de lado pela a indústria da água, sendo esta dominada pelas grandes corporações, tais como a Vivendi Universal, Suez, Bouygues-SAUR, RWE-Thames Water, Bechtel-United Utilities, Eron Azurix, entre outras. Estamos perante dois paradigmas, o paradigma do mercado e o paradigma ecológico.

Entre os países e regiões ricos em água doce estão: o Alaska e o Canadá (América do Norte); o Brasil (América do Sul); a Áustria e a Noruega (Europa); a Rússia (Europa/Ásia) e a Malásia (Ásia).
Entre os países e regiões pobres em água doce estão: o Médio-Oriente; a África do Norte; a China e a Singapura.
Os conflitos pela água serão inevitáveis, o que irá originar uma instabilidade política e económica entre os países. 
Esperemos que o bom-senso dos países ricos deste bem, imprescindível para a humanidade, prevaleça.

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